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Exame genético e cirurgia preventiva diminuem risco de câncer no ovário

10/12/2019

No Brasil, mais de seis mil mulheres devem receber o diagnóstico de câncer no ovário em 2019. A estimativa é do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que coloca a doença como o oitavo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. 

 

Diferente do câncer de mama e do câncer no colo do útero, que ocupam a primeira e a terceira posição, respectivamente, o câncer de ovário é mais difícil de ser identificado precocemente. De acordo com o Inca, na maioria dos casos os sintomas só são identificados nas fases mais avançadas da doença.

 

Para Jesus Paula Carvalho, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e chefe da equipe de ginecologia oncológica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a investigação do histórico familiar é essencial porque a hereditariedade aumenta a probabilidade de câncer de ovário. 

 

Mulheres cujos familiares, principalmente os de primeiro grau, tiveram câncer de ovário têm chances maiores de desenvolver a doença. Exames específicos podem ajudar na identificação dos genes que sofreram mutação e que podem dar origem ao câncer.

 

Segundo Carvalho, não há, entretanto, motivo para pânico. “Ninguém precisa se alarmar antes da hora. Mesmo que a mulher tenha parentes com histórico de câncer, isso não quer dizer que também terá”, diz.

 

O ginecologista destaca ainda a falta de estudos que comprovem a eficácia de exames de imagem e de marcadores tumorais como forma de evitar a doença. Após o exame genético, se for identificada a mutação, a estratégia mais assertiva seria a cirurgia preventiva, de acordo com o especialista.

 

No procedimento, podem ser removidos os dois ovários e as duas tubas antes do desenvolvimento da doença. A escolha de quantos e quais serão os órgãos removidos depende da interlocução entre médico e paciente. “Uma pessoa que remove uma tuba tem redução de 35% do risco de morte em razão do câncer de ovário e aquela que tira as duas diminui em 50% a possibilidade”, afirma Carvalho.

 

A principal resistência das mulheres a esse tipo de cirurgia diz respeito aos efeitos colaterais de ordem reprodutiva e hormonal. Após o procedimento, a mulher perde a capacidade de engravidar pelas vias tradicionais e entra na menopausa. As alterações hormonais também podem levar a quadros de osteoporose, secura vaginal e ondas de calor. “O impacto do procedimento é muito alto, mas persiste-se na recomendação. Caso contrário, metade dessas mulheres [com mutação nos genes] terá câncer”, afirma Carvalho.

 

Se a cirurgia preventiva for realizada precocemente, os ovários têm maiores chances de serem preservados. Nesse caso, a gravidez é possível por meio de fertilização assistida, o que pode oferecer uma dupla vantagem, de acordo com o ginecologista. “Na fertilização, é possível estudar o embrião e escolher aquele que é saudável. Assim, além de a mãe evitar o câncer, a criança que não carrega a mutação genética não terá risco elevado para câncer”, explica.



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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