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Enfermeiros e técnicos de enfermagem são os profissionais mais acometidos pela Covid-19

19/07/2021

Os profissionais de enfermagem são a base da linha de frente no combate à pandemia causada pelo coronavírus. Sabemos que é a maior classe de profissionais de saúde do Brasil e a segunda maior classe de profissionais do Brasil, tendo em seu corpo profissionais principalmente enfermeiros e técnicos de enfermagem que lutam diariamente para a recuperação de pessoas acometidas pela infecção viral pelo SARS-​CoV-2, causador de diversas complicações.

 

Os dados são relevantes em referência ao adoecimento e morte dos profissionais de enfermagem. O último boletim emitido em 07 de junho nos mostra que 396.140 casos foram notificados como suspeita de Covid-19 em profissionais de saúde. Desses 108.379 (27,4%), foram confirmados. Os técnicos e auxiliares de enfermagem são os mais atingidos com número de acometidos pela doença de 31.991, representando 29,5% dos casos totais, seguidos por enfermeiros com 18.250 casos (16,8%). Os profissionais de enfermagem totalizam mais de 50.000 casos e chegam a mais de 46% dos casos em profissionais de saúde.

Números da Covid-19 em profissionais de enfermagem


Vamos analisar casos de síndrome gripal de acordo com as profissionais de saúde, por categoria. Assim vamos considerar as 10 primeiras profissões em relação aos casos suspeitos de Covid-19 na relação suspeitos e confirmados, de acordo com o boletim epidemiológico.

                     

 

Profissões relacionadas à atenção à saúde

Casos de covid-19
Suspeitos Confirmados
Técnicos e auxiliares de enfermagem  119.247  31.991 
Enfermeiros e afins  68.014  18.250 
Médicos  37.988  11.496 
Agente comunitário de saúde  20.833  5.738 
Farmacêuticos  19.320  5.786 
Cirurgiões-dentistas  16.524  4.589 
Fisioterapeutas  15.866  4.305 
Psicólogos e psicanalistas  11.511  2.810 
Recepcionistas  11.170  2.906 
Nutricionistas  6.965  1.872 
Técnico em farmácia e em manipulação farmacêutica  5.245 1.428
Agentes de combate às endemias  4.904 1.387
Assistentes sociais e economistas domésticos  4.864 1.227
Agente de saúde pública  4.774 1.310
Trabalhadores em serviços de promoção e apoio à saúde  4.390 1.161
Técnicos de odontologia  4.325 1.136
Auxiliares de laboratório da saúde  4.194 1.223
Cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos  3.818 744
Veterinários e zootecnistas  3.746 1.032
Profissionais da educação física  3.454 947
Biomédicos  3.325 989

Fonte: Ministério da Saúde (2021)

 

Os dados mostram que, por este motivo, a morte de pacientes contaminados tem se apresentado como uma notícia frequente nos meios midiáticos, especialmente nos períodos mais recentes e tem sido uma constante desafiadora a ser enfrentada pelos profissionais de saúde, com destaque para a equipe de enfermagem. Nesse sentido, vale considerar De Paula et.al. (2020) que revela que a morte tem sido recorrente e aparece nos meios midiáticos nos períodos mais recentes e a realidade tem sido uma constante desafiadora a ser enfrentada pelos profissionais de saúde. E sem dúvida um grupo especial trabalha todas as questões de maneira mais enfática que são os profissionais de enfermagem.

 

O fenômeno da mortalidade dos profissionais de enfermagem por conta do Covid-19, se encontra relacionada à várias questões como previsto no estudo de Benito (2020, pág. 664), que trata da de questões que levantam a questão da “complexidade da enfermidade e o desconhecimento de metodologias de combate e controle, à disponibilização reduzida de EPIs pelas instituições empregadoras, a elevada carga horária de trabalho cotidiana, o elevado quantitativo instituído de pacientes a serem atendidos”. Outros estudos estão presentes no processo de trabalho.

 

Medidas para conter os casos

 

Ações podem ser realizadas para diminuir tais dados. O uso de EPI sempre vai ser o mais encontrado na literatura. Mas a exposição é grande e esse indicador é mais difícil de mudar, na medida em que a estrutura do sistema de saúde não tem dado conta dos atendimentos nestes últimos tempos. O processo de trabalho dos enfermeiros gera mais vulnerabilidade.

 

Por isso, temas como o piso salarial digno e existente, lembrando que mesmo com iniciativas durante a pandemia, onde teoricamente a sociedade poderia estar mais sensível a nossas questões, não conseguimos aprovar um piso salarial mínimo. Questões outras da enfermagem precisam ser colocadas em pauta, do contrário, os profissionais que mais se expõe continuam adoecendo e morrendo. Vamos mudar esse cenário e criar uma enfermagem mais respeitada pela sociedade. Para isso, precisamos além de desvelar as vulnerabilidades, discutir possíveis saídas para esse problema que é de todos nós.


Autor:

Doutorando em Ciências do Cuidado em Saúde (UFF), Mestre em Ciências do Cuidado em Saúde (UFF) e Especialista em Atenção Psicossocial.

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Fonte: Portal PebMED | Portal da Enfermagem
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