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Medicações antifúngicas preventivas reduzem pela metade o risco de mortalidade em transplante pulmonar

29/09/2020

Medicações antifúngicas preventivas reduzem pela metade o risco de mortalidade no primeiro ano após o transplante pulmonar, segundo a pesquisa da Mayo Clinic envolvendo 667 pacientes submetidos a transplante de pulmão entre 2005 e 2018.

 

O estudo retrospectivo, publicado no Annals of the American Thoracic Society, é o maior já feito para avaliar a eficácia de medicamentos antifúngicos preventivos em receptores de transplante de pulmão que são particularmente suscetíveis a infecções fúngicas invasivas. Essas infecções estão associadas a quase o triplo do aumento de mortalidade em receptores de transplante pulmonar.

 

Os pesquisadores da Mayo Clinic utilizaram dados de sinistros administrativos anonimizados do OptumLabs Data Warehouse, uma base de dados com mais de 160 milhões de registros anonimizados usada por pesquisadores para investigar uma vasta gama de questões médicas.

 

O estudo analisou dados de pacientes adultos que passaram por transplante de pulmão simples ou duplo ou transplante concomitante de coração-pulmão nos Estados Unidos entre 1 de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2018. Dos 667 pacientes, 385, ou 57,8 por cento, receberam tratamento antifúngico e 282, ou 42,3 por cento, não receberam. Sessenta e cinco pacientes morreram durante o estudo e a mortalidade por todas as causas foi significativamente mais baixa nos pacientes que recebem medicações antifúngicas.

 

“O uso de medicações antifúngicas preventivas em pacientes submetidos a transplante de pulmão é mais e mais comum, mas nenhum estudo havia estabelecido sua eficácia,” diz a Dra. Kelly Pennington, primeira autora do estudo. “Esse é o primeiro estudo que demonstra um benefício na mortalidade associado ao uso de profilaxia antifúngica em pacientes submetidos a transplante pulmonar. Nós ainda não sabemos quais pacientes submetidos a transplante pulmonar receberam o maior benefício dessas medicações e há outras questões não respondidas que necessitarão de mais pesquisa.” A Dra. Pennington é acadêmica da Mayo Clinic na Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidado Intensivo.

 

Um estudo da Mayo Clinic de 2019 descobriu que 90 por cento dos centros de transplante dos Estados Unidos prescrevem rotineiramente medicações antifúngicas preventivas após o transplante de pulmão, mas nenhum estudo prospectivo estabeleceu os benefícios dessas medicações. “Em nosso estudo retrospectivo, o risco de morte dentro do primeiro ano após o transplante é cerca de duas vezes mais alto em pacientes que não receberam o tratamento antifúngico preventivo, se comparados com aqueles que receberam o tratamento,” afirma a Dra. Pennington.

 

itraconazol e o voriconazol foram as medicações antifúngicas preventivas mais comumente prescritas no estudo. Os pacientes que receberam os medicamentos antifúngicos tiveram uma taxa menor de infecções fúngicas do que aqueles que não receberam, apesar da diferença não ser estatisticamente significativa.

 

O uso de medicamentos antifúngicos por tempo prolongado pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo cardiomiopatias, câncer de pele e disfunção hepática. Além disso, medicações antifúngicas são caras e podem interagir com outras medicações. Portanto, a equipe médica deve monitorar as medicações antifúngicas de perto.

 

"Considerando a variação de procedimento entre os centros de transplante, o potencial para efeitos colaterais da medicação, os custos da medicação e o risco de interações medicamentosas, foi imperativo determinar se as medicações antifúngicas preventivas são benéficas para os receptores de transplante de pulmão,” diz a Dra. Cassie Kennedy, autora sênior.

 

“Nossa descoberta de uma redução significativa no risco de mortalidade entre os receptores de transplante de pulmão que receberam medicações antifúngicas é consistente com os vários outros estudos anteriores em pacientes com neoplasias hematológicas e submetidos a transplante de medula óssea.” A Dra. Kennedy é médica na Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidado Intensivo da Mayo Clinic.



Fonte: Divulgação | Portal da Enfermagem
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