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Quando é seguro comer pão, queijo e outros alimentos mofados

28/09/2020

O pão salta da torradeira. Você abre o pote de geleia, e dá de cara com ela: uma camada de mofo olhando para você. O que você faz? A imagem pode causar repulsa, mas talvez não o suficiente para desencorajar algumas pessoas de consumir o alimento. Mas será que isso é uma boa ideia?

 

A Food Standard Agency (FSA), agência que regula produtos alimentícios no Reino Unido, não recomenda comer alimentos que estejam claramente estragados ou que contenham mofo. E afirma que a recomendação é especialmente importante para quem faz parte de grupos considerados vulneráveis, como crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico debilitado.

 

No entanto, o médico e apresentador Michael Mosley se deliciou com geleia e uma variedade de outros produtos estragados, sob a orientação do especialista em mofo Patrick Hickey, para um documentário da BBC em 2014. A geleia com uma fina camada de mofo pode ser salva, diz ele. Se você retirar todo o mofo, além de alguns centímetros abaixo para garantir que vai jogar fora possíveis esporos imperceptíveis a olho nu, pode ser considerado seguro comê-la.

 

E não é só a geleia que ainda pode ser comestível mesmo com um pouco de bolor, de acordo com a pesquisa de Michael Mosley.

 

QUEIJOS

 

Como são queijos secos, eles não oferecem a umidade necessária para o bolor prosperar. Normalmente, o mofo não penetra abaixo da superfície. Alguns queijos, é claro, são deliberadamente infectados com fungos. O Penicillium roqueforti é um fungo que dá sabor aos chamados queijos azuis, como gorgonzola e roquefort.

 

Já os queijos macios são os que mais requerem atenção. A presença de mofo sugere contaminação não apenas por fungos indesejáveis, mas também por bactérias nocivas, como listeria ou salmonela. Se estiverem mofados, jogue fora.

 

PÃES

 

No fundo da embalagem, você encontra uma fatia de pão coberta por pequenos fragmentos de mofo branco e azul. Corte essas partes, coloque na torradeira e vai dar tudo certo, diz Hickey. Mas é preciso prestar muita atenção no tipo de mofo. Se você vir manchas de mofo laranjas, amarelas ou pretas, Hickey aconselha jogar o pão fora.

 

A FSA adverte, por sua vez, contra comer pão mofado. E diz que o pão dormido pode ser usado com segurança em algumas receitas.

 

FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS

 

As frutas normalmente duram mais do que os legumes e verduras, porque a acidez delas mantém longe as bactérias nocivas, mas é preciso ficar de olho nas maçãs. Elas duram bastante tempo, mas se houver um furo na casca, os fungos podem entrar, alerta Hickey. "Houve surtos graves no passado, incidentes de pessoas sendo intoxicadas por tomar suco de maçã estragado, que continha uma toxina chamada patulina."

 

E que tal uma sopa feita com aquela cenoura e abobrinha ligeiramente viscosas esquecidas no fundo da geladeira? Melhor não. Essa espécie de gosma é causada por colônias de bactérias que crescem na superfície do alimento. "Você provavelmente teria uma dor de estômago terrível em algumas horas, seguida de cólicas estomacais e diarreia", acrescenta Hickey.

 

AMENDOIM, CASTANHAS...

 

Castanhas e amendoins mofados são particularmente perigosos, porque abrigam um fungo chamado Aspergillus flavus"Esse fungo produz uma das toxinas mais mortais conhecidas pela humanidade", adverte Hickey.

 

"A toxina se acumula no fígado e pode causar câncer de fígado. Se não houver mofo na casca e a parte interna estiver selada e protegida, então, não tem problema."

 

E uma questão importante: você pode ser flexível com prazos de validade como "consumir de preferência antes de" ou "vender até", mas não arrisque uma intoxicação alimentar grave ao comer alimentos após a data indicada para "consumir até", acrescenta Hickey.

 

O ALERTA DA FSA

 

Algumas espécies de mofo podem produzir toxinas conhecidas por terem efeitos adversos em seres humanos e também em animais.

 

Embora seja possível que, ao retirar o mofo (e uma quantidade significativa do produto ao redor dele), você consiga remover quaisquer toxinas invisíveis que estejam presentes no alimento, não há garantia de que isso removeria todas elas.



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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