O câncer colorretal é um dos mais frequentes na população brasileira. De acordo com os dados do INCA/2016, nas mulheres, é o 2º mais comum, com 17.620 casos novos estimados para 2016 e, nos homens, ocupa a 3ª posição, com 16.660 casos. Destacando-se a região Sudeste com o maior índice de incidência da doença, sendo 22,67% dos homens e 24,56% das mulheres. O número de mortes é alto, 15.415, ou seja, 44% dos pacientes atingidos. Por isso que no mês de setembro é realizada a campanha Setembro Verde, para conscientização sobre a importância da prevenção à doença.
O câncer de cólon e reto é considerado uma doença do “estilo de vida”, em que a incidência é maior em países com hábito alimentar rico em consumo de carnes vermelhas e carnes processadas, pouca ingestão de frutas, legumes e verduras, alta prevalência de obesidade e sobrepeso, inatividade física, consumo de álcool e tabagismo. Estudos apontam que o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, hortaliças, cereais integrais, feijões e sementes, assim como a prática regular de atividade física são considerados fatores protetores contra a doença.
A história familiar do câncer de colón e reto, a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino e a idade são outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
A história natural do câncer de cólon e reto propicia condições ideais para prevenção e detecção precoce da doença. Métodos endoscópicos (colonoscopia) e pesquisa de sangue oculto nas fezes são meios de detecção precoce para essa neoplasia, pois são capazes de diagnosticar o câncer em estágio inicial.
O câncer do cólon e do reto tem a particularidade de exibir lesão precursora conhecida que é o pólipo adenomatoso. O tempo estimado para aparecimento do adenoma, seu crescimento e transformação em tumor é superior a 10 anos, período este suficientemente longo para permitir sua identificação, ressecção e, portanto, prevenção do câncer.
A sobrevida do câncer de colón e reto é altamente dependente do estágio da doença. Em geral, quanto mais cedo diagnosticada a doença, maior a sobrevida. Países com alta expectativa de vida e com bom acesso aos serviços de saúde apresentam melhores taxas de sobrevida.
Na maioria das vezes o tratamento do câncer colorretal é realizado por meio de cirurgia. Dependendo do grau de desenvolvimento do tumor, podem ser necessárias quimioterapia, radioterapia e a colocação de um estoma.
Frente à complexidade do tratamento e da necessidade do paciente ser estomizado, a participação do Enfermeiro Estomaterapeuta é de extrema importância para fornecer orientações e esclarecer as dúvidas que poderão surgir, ajudar o paciente a conviver da melhor maneira possível com os cuidados necessários para a sua reabilitação buscando a qualidade de vida, melhorando a auto estima diante do impacto da imagem corporal com a nova condição. Deve iniciar no momento do diagnóstico e da indicação da realização de uma estomia, para minimizar sofrimentos e obter uma melhor reabilitação.
Portanto, sendo o câncer colorretal uma doença que tem potencial para ser prevenido, e também curável, devemos aconselhar a população a se submeter aos programas de rastreamento de lesões pré-malignas de acordo com o que já está estabelecido.
Referências Bibliográficas
Câncer colorretal – A importância de sua prevenção. Arq. Gastroenterol. vol.42 n.1 São Paulo. Jan./Mar. 2005
Estimativa 2016: Incidência de Câncer no Brasil. Ministério da Saúde / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rio de Janeiro: (INCA), 2015.
http://www.accamargo.org.br/saude-prevencao/artigos/mapa-do-cancer-de-intestino-no-brasil/152/acesso em 08/09/2017
https://www.sbcp.org.br/acesso em 08/09/2017
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