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Planos de saúde passam a oferecer pediatria 'delivery'

27/02/2015

Planos de saúde voltados ao público de alto padrão e empresas de serviços médicos têm oferecido visitas domiciliares de pediatra e plantão telefônico para evitar que pais levem seus filhos aos hospitais sem necessidade. Vários estudos apontam que até 70% dos casos atendidos nas emergências infantis não são graves e poderiam ser resolvidos pelo médico no consultório ou por telefone.

 

Países como a Inglaterra, o Canadá e a Espanha já oferecem serviços de suporte médico a distância, também para adultos, inclusive no sistema público de saúde. No caso da pediatria, é comum hoje as famílias relatarem dificuldade de ter um pediatra ou um médico de família à disposição. Por isso, recorrem aos prontos­socorros, onde há a certeza de que a criança será examinada e medicada se for o caso.

 

A Omint oferece um plantão telefônico com pediatras 24h à disposição, que tiram dúvidas corriqueiras dos pais, orientando­os em questões como febre, resfriados e dosagens de remédio. Mas os médicos não podem fazer diagnósticos ou prescrever medicações por telefone, segundo norma do CFM (Conselho Federal de Medicina).

 

Então, quando o caso requer atenção maior, como febre que não passa ou uma infecção de garganta, o pediatra vai até a casa da criança. "Além de os pais não precisarem sair à noite com seu filho doente, evitam expor a criança a ambientes contaminados, como o dos hospitais", diz Marcos Loreto, gerente médico da Omint.

 

O pediatra vai munido de remédios básicos, como analgésicos e antitérmicos, e um kit que permite avaliar se a infecção de garganta é causada por vírus ou bactéria, por exemplo, e prescreve o antibiótico, se for o caso. "É mais cômodo. Evita essa coisa de pôr criança no carro, ela enjoar e, quando chega ao PS, estar pior do que quando saiu de casa", diz Paula Iecco, mãe de Thomás, 12, que usa o serviço.

 

A empresa espanhola Advance Medical, que abriu recentemente uma filial no Brasil, também oferece suporte médico pediátrico e para adultos por meio de diversas plataformas. "Pode ser telefone, email, WhatsApp, o que o cliente preferir. Barreira de comunicação não pode ser um problema", afirma o diretor­geral Caio Soares. Ainda neste ano, haverá a oferta de atendimento domiciliar.

 

O serviço é contratado diretamente pelo RH das empresas, como um benefício extra ao funcionário, além do plano de saúde. Na Amil, o plantão telefônico pediátrico é feito por enfermeiras, com pediatra na retaguarda. O serviço começou voltado para gestantes e bebês e hoje atende crianças até 12 anos. Segundo a pediatra Izabel Pellicciari, responsável pelo programa, são 1.500 ligações ao mês.

 

Em mais de 90% delas, as dúvidas são resolvidas a distância, sem que a criança tenha de ir ao hospital. Para o clínico­geral Gustavo Gusso, professor de USP, o serviço médico a distância é tendência no resto do mundo. "Mas é preciso ter profissionais bem formados e capacitados para esse suporte."