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Evento com Nobel de medicina discute em SP o 'médico do futuro'

19/09/2014

A partir desta sexta-feira (19), o Hospital Israelista Albert Einstein, de São Paulo, promove o 1º Fórum Medicina do Amanhã, que vai debater os avanço da tecnologia e o impacto na vida dos médicos, além dos possíveis ganhos que os profissionais terão durante os atendimentos a pacientes.

 

O encontro, que segue até este sábado (20), vai reunir especialistas nacionais e internacionais de diversas áreas, entre eles Sydney Brenner, que ganhou em 2002 o Prêmio Nobel de Medicina, que vai falar sobre regulação genética e comentar sobre o futuro das pesquisas com células-tronco.

 

Entre os palestrantes internacionais também estão Marty Makary, diretor cirúrgico do Johns Hopkins Hospital; Daniel Lieberman, chefe de departamento e professor de evolução biológica humana da Universidade de Harvard; Robert Nussenblatt, um dos principais pesquisadores em oftalmologia e um dos fundadores do Laboratório de Imunologia do National Eye Institute, e Gerald Kraines, professor de Harvard Medical School. Temas como a gestão e transparência de hospitais, a realização de pesquisas clínicas, além das novas fronteiras da medicina também serão abordados.

 

Cláudio Lottenberg, presidente do hospital e organizador do fórum, afirma que a discussão é importante para contribuir na formação dos profissionais de medicina que, segundo ele, ainda não estão totalmente prontos para lidar com a evolução tecnológica desta área.

 

“Estamos trabalhando para termos um olhar crítico voltado a esse profissional. É preciso que ele seja articulado para a área de gestão e tenha potencialidade de trabalhar em equipe”, diz ele. Segundo o médico, esse despreparo deverá ser sanado ao longo de um processo evolutivo. “A ação tecnológica é muito mais rápida”, afirma.

 

Futuro agora - Segundo Lottenberg, parte da “medicina do amanhã” já é executada atualmente no cotidiano hospitalar. Ele cita que um dos exemplos é o projeto de telemedicina implantado pelo Albert Einstein em 16 hospitais, 15 deles mantidos pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

 

Iniciado em 2012, funciona da seguinte forma: o médico pode conversar com outro especialista do Albert Einstein, a qualquer hora, com a ajuda de equipamentos com conexão à internet. A ação serve principalmente para tirar dúvidas durante o atendimento ao paciente (a chamada segunda opinião médica).

 

Um dos complexos que implantou essa prática é o Hospital Municipal M’boi Mirim, no Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo. O auxílio da telemedicina em condutas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), além de casos de trauma ou acidente vascular cerebral (AVC), ajudaram na redução das transferências de pacientes para outros locais. “Essa democratização do acesso à tecnologia é muito importante”, explica o médico.

 

Diagnóstico mais rápido - Um dos temas que serão debatidos ao longo do fórum é o futuro da tecnologia do diagnóstico, com uma mesa de discussão que vai tentar imaginar como será a vida do profissional de saúde no hospital no ano 2020 (sábado, às 14h30).

 

Lottenberg avalia que esse avanço é importante, ao mesmo tempo em que alerta para o aumento da prática chamada de “Dr. Google”, quando as pessoas tentam se autodiagnosticar apenas com buscas feitas pela internet. “Isso leva a conclusões errôneas e é por isso que as pessoas precisam procurar fontes confiáveis para diagnósticos, em instituições de alta reputação”, diz. O 1º Fórum Medicina do Amanhã acontece no auditório Moise Safra do hospital, que fica na Avenida Albert Einstein, 627, no Morumbi.