São Paulo, 24 de abril de 2024
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Primeira turma de enfermagem da UFT cola grau nesta quinta-feira

24/04/2014

O questionamento da criadora da enfermagem científica, a britânica Florence Nightingale, reflete o desafio de ser enfermeiro e encarar a profissão como arte "O que é o artista ao tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo?".

 

No que depender da primeira turma de enfermagem formada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), que recebe o diploma nesta quinta-feira (24), cuidado e valorização do ser humano serão marca nos serviços de saúde onde quer que esses alunos forem exercer a profissão.

 

É o que garantem os depoimentos de professores e estudantes, que há poucas horas da colação de grau recordam a trajetória e os desafios de abrir os caminhos do curso na UFT. A turma de 26 formandos entrou na instituição no semestre 2009/2 e chama-se Georgia Cristina, uma homenagem a uma colega que morreu em 2010 vítima de uma parada respiratória.

 

A presidente da comissão de formatura, Luciana Noleto, que atua como técnica de enfermagem há três anos, confirma a atividade do enfermeiro é uma arte, sim. "Trabalhar com enfermagem é diferente do que muita gente sonha antes da prática profissional. Enfermagem é a arte de cuidar e inventar, porque além de atender o paciente é preciso superar precariedades e criar as próprias condições de trabalho", pondera. "Nem todo emprego tem o salário dos sonhos. Por isso o enfermeiro tem que ter amor. Se não gostar da profissão e estiver disposto a servir as pessoas, não adianta", completa.

 

Segundo Ronniel Duarte, que foi o representante da turma durante a jornada acadêmica e também participou da fundação do Centro Acadêmico do curso, o fato de ser a primeira turma dessa graduação na Universidade causou resistência em algumas unidades de saúde, que estavam acostumadas apenas a receber estudantes de Medicina da UFT ou de Enfermagem de instituições privadas. "Muitos profissionais estranhavam, não nos davam espaço para trabalhar, mas aprendemos a contornar a situação e não ficamos no prejuízo."

 

O formando afirma que a experiência ensinou a vencer situações práticas da profissão. "Aprendi que o enfermeiro não pode abandonar o local de trabalho por causa dos problemas no sistema de saúde. Ele tem que insistir e também lutar por vidas", diz ele. "Quero enxergar e respeitar as pessoas. A humanização do trabalho foi meu principal aprendizado nesses quatros anos e é um principio pregado pelo SUS que falta em muitos hospitais", completa.

 

Sônia Maria Queiroz é uma das professoras homenageadas. Para ela a turma é especial não apenas por isso, mas porque foi com esses alunos que teve sua primeira experiência em sala de aula. "Eu também cresci com essa turma e reconheço que todos os professores têm o seu mérito nessa formação. Todos nós passamos por adversidades por ser a primeira turma, muitos professores foram voluntários, mas agora somos vitoriosos. Espero que eles [os alunos] sejam humanos. O mercado está cheio de profissionais que só pensam no lucro", critica.

 

O professor Allison Santana, paraninfo da turma, ministra aulas aos formandos desde 2010. "Acompanhei toda a evolução deles", afirma. "Esta será a primeira turma do Tocantins preparada com a sistematização da assistência e cuidado, que são os trabalhos de proximidade e compreensão do paciente de acordo com as manifestações clínicas", enfatiza o professor. (Ascom UFT)