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Infarto e AVC crescem no inverno. Especialista ensina métodos de prevenção

01/07/2013

Os médicos alertam: pessoas já diagnosticadas ou com propensão a desenvolver problemas cardíacos correm maior risco de sofrer infartos e AVCs durante o inverno. Segundo os especialistas, quando se sente frio o organismo libera substâncias que contraem as artérias para reter mais calor e ajudar o resto do corpo a enfrentar as baixas temperaturas.

 

Em contrapartida, esse mesmo mecanismo diminui a espessura dos vasos sanguíneos. Isso dificulta a circulação e aumenta consideravelmente o esforço que o coração precisa fazer para bombear sangue. “Ao sobrecarregar o aparelho cardiovascular, esse processo representa riscos também para o cérebro, já que pode desencadear um acidente vascular cerebral (AVC)”, diz o cardiologista Leopoldo Piegas, responsável pelo Programa Clínico de Tratamento do Infarto do Miocárdio no Hospital do Coração (HCor).

 

Prevenção - Embora pouco divulgado, o problema atinge grandes proporções. Tanto que o número de infartos contabilizados com a chegada das baixas temperaturas costuma ser até 30% maior do que o registrado em períodos mais quentes do ano. Por isso, Piegas ressalta que, no inverno, é muito importante adotar alguns cuidados para prevenir problemas desse tipo. “Além de evitar a exposição ao frio, é preciso ficar atento à alimentação”, recomenda Piegas.

 

“A ingestão excessiva de colesterol forma placas de gordura que ajudam a obstruir o fluxo sanguíneo nas artérias do coração e do cérebro – o que aumenta as chances de infartos do miocárdio e também de AVCs. Por isso, se a pessoa pertence a um determinado grupo de risco, é fundamental que ela diminua alimentos gordurosos, nesta época do ano.” 

 

Fatores de Risco - Pessoas com obesidade, diabetes e idosos também estão entre os mais afetados por problemas cardiovasculares no inverno. Por isso, uma outra dica do cardiologista é que pessoas com esse perfil procurem substituir fatores de risco para o coração, como o fumo, a gordura e o álcool, pela prática de exercícios físicos regulares e uma dieta mais saudável. “O controle do diabetes e o constante monitoramento do colesterol e da pressão arterial também são fundamentais com achegada do inverno”, acrescenta o cardiologista.

 

“No caso dos idosos, esses cuidados são ainda mais importantes. Como possuem um organismo menos resistente, eles podem apresentar um aumento ainda maior da pressão arterial, em tempos frios, além de transtornos ligados à coagulação sanguínea e infecções típicas do inverno que também podem contribuir com o surgimento de problemas cardiovasculares.”

 

Sintomas - Com o aumento nas ocorrências de infartos e AVCs no inverno, é importante estar atento aos sintomas. À beira de um infarto, a pessoa costuma suar frio, ter dores no peito, falta de ar e náusea. No caso dos AVCs, a vítima costuma ter perda repentina da força muscular, da visão, formigamento em um dos lados do corpo, dificuldade para falar, alterações de memória, tonturas, dores de cabeça, náusea e vômito. “Diante desses sintomas, é preciso procurar imediatamente um serviço de emergência para que um médico realize os exames necessários para confirmar ambos os tipos de problema”, alerta Piegas.