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Ministério da Saúde confirma segundo caso de febre do Nilo no país

15/02/2019

O Ministério da Saúde confirmou o segundo caso registrado no país de doença neurológica pelo vírus da febre do Nilo Ocidental, tipo de arbovirose ainda pouco conhecida no Brasil. Assim como a dengue e a zika, o vírus da febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo).

 

Assim como a dengue e a zika, o vírus da febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo). O caso é de uma jovem que mora na zona rural de Picos, no interior do Piauí, e que sofreu um quadro de paralisia muscular flácida aguda em junho de 2017. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os exames foram coletados na época, mas o ministério liberou os resultados apenas no início deste ano.

 

Os exames apontaram a presença de anticorpos contra o vírus no sangue da paciente. Em nota, a pasta atribui a demora à necessidade de laudos conclusivos. Esse é o segundo caso confirmado da doença no país. Até então, oBrasil só havia registrado um caso de febre do Nilo em agosto de 2014. O paciente, um vaqueiro de 52 anos de Aroeiras do Itaim, no interior do Piauí, foi internado na UTI à época após apresentar febre, dor de cabeça, paralisia nos braços e pernas, confusão mental e rigidez na nuca.

 

De acordo com Marcelo Vieira, neurologista do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela que acompanhou o caso, o paciente teve alta, mas ficou com sequelas, como dificuldades para andar. Já a jovem atendida em 2017 se recuperou completamente. Em nota, o Ministério da Saúde diz que a confirmação do segundo caso no Piauí “revela a recorrência da circulação do vírus do Nilo Ocidental na região e ressalta a importância das ações de vigilância e investigação”.

 

Para Vieira, que também faz parte da equipe de vigilância da secretaria estadual de saúde do Piauí, a probabilidade é de que haja outros casos da doença. Dados da secretaria estadual de saúde apontam que, até o agora, exames de 32 outros casos suspeitos tiveram resultado indeterminado.

 

Segundo Vieira, o problema ocorre devido à dificuldade do diagnóstico, com possibilidade de reações cruzadas para vírus semelhantes, como dengue e zika. Outro fator, diz, é a tendência de que apenas casos graves sejam encaminhados às redes de saúde. Em geral, cerca de 80% das pessoas infectadas com o vírus do Nilo não apresentam sintomas, e menos de 1% tem sintomas graves.

 

Nesses casos, pode haver também tremores, fraqueza muscular e paralisia. Também pode desenvolver encefalite ou meningite (inflamação das membranas do cérebro ou da medula espinhal). “Como a forma branda da doença é semelhante a várias outras arboviroses, dificilmente se pede um exame”, afirma Vieira. Atualmente, não há tratamento específico para a febre do Nilo. Nos casos leves, é indicado repouso. Já nas formas graves, o paciente deve ser atendido em UTI em observação para suporte e controle de infecções secundárias.

 

Transmitida pela picada de mosquitos infectados com o vírus a partir de aves migratórias infectadas, a febre do Nilo não “passa” pelo contato com outras pessoas ou animais. O vírus é transmitido por mosquitos comuns, principalmente do gênero Culex. Para isso, no entanto, é preciso o contato dele com uma ave infectada —diferentemente do Aedes aegypti, por exemplo, que pode picar um doente e passar a carregar o vírus.

 

Para Vieira, essa característica torna mais difícil que haja uma epidemia. Ele ressalta, no entanto, que um aumento na transmissão não pode ser desconsiderado —daí a necessidade de manter a vigilância. Outra expectativa é que, por ser um flavivírus, família que abarca vírus da dengue, zika, parte da população brasileira esteja menos suscetível a formas graves da doença. Embora haja discussão do tema entre especialistas.

 

Descrita inicialmente na África, a febre do Nilo manteve-se durante décadas restrita aos continentes europeu, africano e asiático, sendo registrada pela primeira vez nas Américas em 1999. Dos EUA, o vírus se disseminou e atingiu o Canadá e o México. A suspeita é que esse avanço tenha ocorrido por aves silvestres.

 

A situação fez o Brasil criar em 2003 um sistema de vigilância, com monitoramento de possíveis sinais da circulação do vírus em cavalos e aves e vigilância de casos em humanos. No ano passado, o vírus foi detectado no cérebro de cinco cavalos que morreram após apresentar sintomas neurológicos no Espírito Santo. Não houve, porém, confirmação de casos humanos.

CONHEÇA A FEBRE DO NILO OCIDENTAL

Causa
Vírus da família dos flavivírus

Transmissão
Picada de mosquitos Culex (pernilongo) ou Aedes aegypti

Sintomas

  • febre de início abrupto
  • perda de peso
  • náusea e vômitos
  • dor nos olhos, cabeça e nos músculos
  • exantema máculo-papular linfoadenopatia

1 em cada 150 pessoas desenvolve doença neurológica grave, como meningite

Tratamento
Não há vacina ou tratamento antiviral específico, só sintomático



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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