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Pesquisador estuda a relação entre diabetes e Alzheimer

09/11/2017

O Dia Mundial do Diabetes é celebrado em 14 de novembro, mas não temos muito o que comemorar. Segundo o Ministério da Saúde, a doença afeta quase 9% da população e a combinação do aumento do número de obesos com o sedentarismo dos brasileiros não aponta para um bom prognóstico. No entanto, não há somente más notícias para se dar e esse blog festeja quando pode anunciar uma.

 

A tese de doutorado do neurocientista Mychael Lourenço, defendida no Programa de Pós-Graduação em Química Biológica da UFRJ, acaba de ganhar o prêmio Capes de Tese 2017, na área de Ciências Biológicas. No meio acadêmico, isso é o filé mignon: a premiação reconhece as melhores teses de doutorado no país e não é para menos, porque o pesquisador vem se dedicando a estudos moleculares que relacionam o diabetes à Doença de Alzheimer.

 

“O que se sabe é que pacientes com diabetes têm mais chances de desenvolver a Doença de Alzheimer depois dos 65 anos. Por sua vez, os pacientes com Alzheimer apresentam alterações metabólicas que incluem a resistência à insulina, que caracteriza o diabetes. Nesses últimos dez anos, demonstramos que hormônios como a insulina protegem as sinapses entre os neurônios, fazendo com que eles continuem trabalhando satisfatoriamente”, explica o neurocientista.

 

Quem é diabético e mantém a doença controlada, com a administração da insulina necessária, está protegido, mas o doutor Mychael Lourenço lembra que, infelizmente, a maioria dos pacientes vai relaxando e até abandona o tratamento, aumentando o risco de desenvolver um quadro de demência.

 

Nos testes de laboratório, outras substâncias utilizadas para o controle do diabetes, como a exenatida e a liraglutida, também apresentaram efeito benéfico para a perda de memória, o que pode ampliar as fronteiras para o tratamento da doença, como ele acrescenta: “os estudos deixam ainda mais clara a conexão do cérebro com o resto do organismo. Medicamentos para o diabetes poderão levar a uma estabilização ou retardar a progressão da perda da memória.

 

Os testes em pacientes já estão sendo realizados na Europa e nos Estados Unidos e os resultados devem estar disponíveis nos próximos anos”. Seu trabalho de doutorado abriu uma outra frente de investigação, relacionada aos mecanismos que o exercício físico dispara no cérebro: “a atividade física induz a produção de um hormônio chamado irisina que tem papel relevante na proteção do cérebro contra a perda de memória. Portanto, no que se refere a estabilizar ou retardar a Doença de Alzheimer, poderemos vir a dispor de estratégias farmacológicas, como a administração de hormônios como insulina, exenatida e a liraglutida, e não farmacológicas, como a prática de exercícios”.



Fonte: Bem Estar | Portal da Enfermagem
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