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Dormir no quarto dos pais reduz mortes de bebês, dizem pediatras

27/10/2016

"Maternidade se resume a medo e insegurança no começo", diz Flora Bitancourt, 26, mãe de Joaquim, 1 ano e meio. O pequeno dormia no quarto dela e do marido, André Gramorelli, 30, até os três meses de idade. Mas, para a AAP (Associação Americana de Pediatria), ainda é pouco.

 

Nesta semana, a entidade recomendou que os bebês fiquem perto da cama dos pais por no mínimo seis meses ("particularmente críticos") e idealmente durante o primeiro ano de vida para evitar a síndrome da morte súbita. Ela ocorre quando um bebê, durante o sono, tem algum tipo de surto respiratório, não consegue acordar e acaba morrendo.

 

A AAP afirma, no relatório, que o compartilhamento de quarto diminui o risco da síndrome em cerca de 50%. Flora acredita que os primeiros meses são importantes para o contato dos pais com o bebê. "Estar perto é uma vantagem para você conhecer o tempo do seu filho." Devido ao sono leve do pequeno, aos três meses ele foi transferido para o próprio quarto. "Tentávamos conversar e ele já acordava", diz.

 

O limiar de despertar mais baixo nas crianças em caso de qualquer anormalidade estaria entre os possíveis motivos para a recomendação americana, segundo Leticia Soster, neurologista pediátrica especialista em sono do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.

 

O novo manual da AAP indica ainda que a cama não seja compartilhada, entre outras recomendações de segurança presentes no documento (veja infográfico).

 

DISCUSSÃO

 

Para Soster, o mero compartilhamento do quarto não é central para a prevenção da síndrome. Ela afirma que o mais importante para evitar os casos de morte é o monitoramento. "Monitorar não significa necessariamente dormir no quarto. É uma forma, mas não é a única." Para ela, a clássica babá eletrônica dá conta do recado, mas há também no mercado sensores que são presos na fralda do bebê e emitem um alerta caso ele pare de respirar.

 

Flora foi mais ou menos por esse caminho. Quando Joaquim mudou de quarto, ela começou a acordar mais durante a noite. "Ficava parada ao lado do berço observando e conferindo se tudo estava bem", conta. Para melhor monitorar seus gêmeos que hoje têm 50 dias, o casal Ana Coelho, 32, e Marcelo Coelho, 29, passou a dormir na sala de casa junto às crianças, já que o quarto é pequeno.

 

Para especialistas, o compartilhamento do quarto também pode ter implicações como mudanças comportamentais e na dinâmica familiar. "Imagina a vida do casal como fica", questiona a pediatra. "A criança também pode acabar perdendo a independência e a capacidade de fazer as coisas sozinha."

 

Um estudo feito na Universidade Estadual da Pensilvânia com 139 casais verificou que compartilhar o quarto e a cama depois dos seis meses de idade do bebê gera mais estresse familiar, principalmente para as mães. Segundo a pesquisa, publicada em agosto na revista "Developmental Psychology", esse período maior de compartilhamento resultou em sono fragmentado e menor satisfação no casamento. Isso, contudo, não indica correlação direta. O estudo afirma que famílias já estressadas podem optar mais por dividir a cama. 



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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