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Técnico em enfermagem tem mais opções de área de atuação

26/09/2016

A baiana Girlaine de Jesus Gomes Vilalva era menina quando decidiu trabalhar com enfermagem. Com o certificado de auxiliar de enfermagem desde maio de 2015, ela, hoje com 25 anos, trabalha no centro de diagnósticos de um hospital de São Paulo.

 

Porém quer mais do que abrir materiais estéreis quando o médico pede. No fim do ano, forma-se técnica em enfermagem na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, na capital paulista. O diploma lhe abrirá as portas de uma área vedada a auxiliares: os centros de terapia intensiva.

 

Girlaine ilustra à perfeição o ensino técnico de enfermagem no Brasil. "A figura do auxiliar tende a desaparecer", diz Andrea Mohallen, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem, da Faculdade Albert Einstein.

 

O técnico não só ganha mais, como tem uma opção maior de áreas de atuação. Entre 2010 e 2015, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o número de novos registros de auxiliares caiu de 18.480 para 16.635. Tudo indica que, em 2016, a curva descendente será mais acentuada: até setembro, apenas 9.652 auxiliares solicitaram registro na entidade.


Em meados dos anos 2000, seguindo uma orientação do Conselho Nacional de Educação, os cursos específicos para auxiliares de enfermagem começaram a ser extintos. São Paulo é o único Estado que ainda forma auxiliares. O estudante se inscreve no curso para técnico e, no meio do curso, recebe a habilitação em auxiliar. O Cofen é obrigado a registrar esse profissional, previsto nas normas que regem a profissão de enfermagem.


"Nossa grande preocupação é que, uma vez empregado, o auxiliar nem volte para terminar o curso", diz a enfermeira Dorisdaia Carvalho de Humerez, conselheira do Cofen. "E, por ser mão de obra mais barata, ele assua as funções de técnico."

 

A grande preocupação dos especialistas refere-se à falta adequada da regulamentação do ensino e a uma fiscalização e controle de qualidade precários. "O mercado de trabalho já se ressente da má formação dos profissionais de enfermagem", diz Ariadne da Silva Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, de São Paulo. Quando começa a trabalhar em um hospital, por exemplo, o enfermeiro ou técnico de enfermagem passa por um treinamento. Hoje, o tempo médio para essa capacitação é de um mês. "Muitos não sabem sequer a posição correta da agulha para dar uma simples injeção", completa.


A falta de habilidade de muitos enfermeiros e técnicos recém-chegados ao mercado coincide com a explosão dos centros de ensino à distância. Em um ano, esse polos saltaram de 938 para 1.778 -um aumento de inacreditáveis 89,3%. Atendendo a uma solicitação do Ministério Público Federal, em julho de 2015, o Cofen deflagrou a operação EaD, e 118 fiscais foram checar as condições dessas escolas.

 

A conselheira do Cofen afirma que o cenário encontrado foi "estarrecedor": a maioria não tinha bibliotecas, laboratórios nem convênio com hospitais para realizar estágios. "A população brasileira está em risco."

 

Bruna Calciolari Buozi, do 3º ano de graduação, na mesma escola que Girlaine, resume como vê a profissão. "Quando terminei o colegial, pretendia ser médica. Mas, conversando com um enfermeiro, percebi que não era medicina. Sempre quis estar perto do paciente. Meu lugar é na enfermagem."



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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