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Tipo de câncer do ator Edson Celulari tem boas chances de cura

22/06/2016

câncer que o ator Edson Celulari anunciou ter, o chamado linfoma não Hodgkin, tem chances de recuperação maiores que 50% mesmo em casos agressivos, segundo novas diretrizes para o tratamento da doença, publicadas em junho pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA.

 

Relativamente raro, esse tipo de linfoma deve acometer cerca de 10 mil brasileiros em 2016, segundo projeção do Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ligado ao Ministério da Saúde. O mais comum, o câncer de pele (não melanoma) deve afetar 176 mil no país no mesmo período. O número de mortes em 2013 decorrentes de linfoma não Hodgkin ficou na casa dos 4.000 no Brasil, o que equivale a cerca de 40% dos novos afetados. Nos EUA, esse índice fica na casa de 28%.

 

O linfoma não Hodgkin é ainda o décimo tipo de câncer com maior incidência no mundo, segundo a Agência Internacional Para Pesquisa Sobre Câncer, atrás de tumores como o de pulmão, mama, cólon e próstata. 

 

Mas a doença, na verdade, é uma categoria que abrange mais de 40 subtipos. Em comum, todos acometem células de defesa, responsáveis pela proteção contra infecções e até mesmo pelo combate contra outros cânceres. Os primeiros sinais geralmente são inchaços nas regiões da axila, virilha e pescoço. Antes de Celulari, que apresentou a doença aos 58 anos, outras personalidades também tiveram diagnóstico de linfoma não Hodgkin.

 

A presidente afastada Dilma Rousseff, foi diagnosticada em 2009, aos 62 anos; o ex-presidente e atual senador paraguaio Fernando Lugo, em 2010, aos 59 anos; o ator Reynaldo Gianecchini, em 2011, aos 39; e o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, aos 61, neste ano. Mas, apesar das idades citadas, essa é uma doença mais comum em quem tem mais 65 anos. 

 

Em todos os casos, há alterações genéticas em linfócitos, que passam a se proliferar desordenadamente. Dependendo de onde e como essas alterações ocorrem, no entanto, os tratamentos podem tomar rumos bastante distintos. Há, inclusive, a chance de ser feita apenas uma "espera cautelosa" no caso de cânceres que levam até 20 anos para se desenvolver, explica o médico oncologista Jacques Tabacof, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia. Já alguns tipos de linfoma bacterianos podem ser tratados apenas com antibióticos. Esses parecem não ser o caso de Celulari, que já iniciou tratamento e apareceu careca em fotografias nas redes sociais.

 

TRATAMENTO

 

Para classificar o tumor e direcionar o paciente para o tratamento mais efetivo, os médicos se baseiam na biópsia do linfonodo, analisada por um patologista. O médico classifica o tumor de acordo com tamanho, formato e outras características do "jeitão" das células. Quando há uma mistura de células características de tipos diferentes da doença (indolente e agressiva), a chance de o linfoma não Hodgkin reincidir no futuro é maior.

 

Entre os 40 subtipos da doença, os mais comuns são os linfomas difusos de células B grandes e os foliculares. Esse primeiro é um dos mais graves e costuma ser tratado com químio e rituximabe, um medicamento anti-CD20 (com anticorpos que combatem os linfócitos B que têm em sua superfície a molécula CD20).

 

Esses remédios poupam o paciente da toxicidade da químio ao tentar atacar somente os linfócitos potencialmente problemáticos. Já os linfomas do tipo foliculares são um dos chamados linfomas indolentes e às vezes sequer precisam de tratamento, explica o hematologista Vanderson Rocha, professor da USP e médico do Hospital Sírio-Libanês.

 

Há ainda a combinação de radioterapia com imunoterapia –anticorpos carregando átomos radioativos e que se ligam a moléculas como o CD20, podem fazer o serviço, explica o hematologista Guilherme Fleury Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein.

 

Linfomas agressivos ou reincidentes por vezes precisam de transplantes de medula. "Quem recorre a um banco de doação de medula óssea tem 60% de chance de encontrar um doador compatível", afirma Celso Massumoto, onco-hematologista do Hospital Nove de Julho. Para os outros 40%, a solução é o chamado transplante de haploidênticos, feito com doadores parcialmente compatíveis.

 

Nesses casos, o paciente recebe altas doses de ciclofosfamida, que reduz a reação à medula do doador parcialmente compatível. Além disso, o paciente recebe, previamente, baixas doses de quimioterapia e de radioterapia corporal total, e medicamentos imunossupressores.

 

No caso de Gianecchini, o subtipo da doença era linfoma não Hodgkin de células T e ele utilizou uma forma de tratamento conhecido como autotransplante de medula óssea. Esse tratamento é feito depois da químio inicial para evitar uma recaída –já que o câncer, no caso dele, tem chance alta de retornar.

 

Tratamento

De acordo com o tipo do linfoma, podem ser escolhidos diferentes combinações dos seguintes condutas

 

Watchful waiting (espera cuidadosa) No caso de um câncer de crescimento lento, sem sintomas, às vezes só observar basta. Ao menor sinal de mudança da maré, outras providências são tomadas

 

Radioterapia Pode ser usada uma fonte radioativa para atacar os tumores, principalmente em estágio inicial, que geralmente tem boa resposta

 

Quimioterapia Drogas (quimioterápicos) podem ser dados aos pacientes, elas geralmente agridem as células cancerosas –que estão se dividindo–, e provocam efeitos colaterais como queda de cabelo

 

Imunoterapia/terapia-alvo Algumas drogas, de natureza proteica, podem ajudar o próprio sistema imunológico a dar cabo do tumor, como anticorpos artificiais

 

10 MIL BRASILEIROS devem ser diagnosticados com linfoma em 2016. 4,1 mil é o número estimados de mortes ao ano.

 

50% de sucesso ou mais, é a esperança de cura de um linfoma não hodgkin mais agressivo

 

Fonte: Inca, National Cancer Institute (EUA)



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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