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Pesquisa revela como respira o brasileiro

03/09/2015

Pesquisa inédita mostra panorama da saúde respiratória no Brasil, enfatizando problemas como a asma no País

 

Agosto de 2015 – Falta de ar, tosse, chiado no peito, muco, coriza: sintomas que afetam milhões de brasileiros. As estatísticas apontam que cerca de 20 milhões de pessoas têm asma no país, enquanto a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), consequência do tabagismo, é reconhecida como a 4ª causa de morte no mundo, atingindo 7 milhões de pessoas só no Brasil.


Mas qual seria o conhecimento e a relação do brasileiro com essas doenças? Para entender melhor o cenário, a Boehringer Ingelheim do Brasil, encomendou ao Ibope a coleta de dados de  uma pesquisa nacional com pessoas de diferentes classes, gêneros e localidades.


O principal objetivo era realizar um levantamento sobre o quanto a população  conhece as doenças respiratórias, suas percepções sobre sintomas, tratamentos e impacto nas atividades de rotina; além de saber mais sobre o comportamento de quem respondeu apresentar alguma(s) dessas doenças.


A pesquisa, feita com 2.010 pessoas  entre maio e junho de 2015, demonstrou que 44% dos brasileiros apresentam sintomas respiratórios (tosse, falta de ar, chiado no peito, coriza) que, geralmente, são percebidos como manifestações de doenças como asma, bronquite, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Desta parte da população, 35% disseram ter “asma” e 37% citaram “bronquite crônica”


Segundo o Dr. Clystenes Odyr Soares, professor de pneumologia da UNIFESP-EPM, que analisou a pesquisa: “nos chamou atenção a grande quantidade de pessoas que disseram ter  ‘bronquite crônica’, sendo que esta doença é bem menos frequente e está relacionada a  anos de tabagismo. Por isso, é bem provável que a ‘bronquite crônica’, mencionada nos resultados, na verdade, seja ‘asma’ – principalmente se os primeiros sintomas surgirem ainda na infância, como é o caso de 73% dos entrevistados que responderam ter bronquite”.


Quando comparamos os dados por região, a maior prevalência de sintomas respiratórios, 65%, se dá nos estados do Sul do Brasil, enquanto apenas 34% da população da Região Norte e Centro-Oeste mencionaram  alguma das doenças.


Dr. Clystenes destaca que “podemos sugerir que essa discrepância sobre a presença de sintomas respiratórios entre as regiões do Brasil pode ser devido às diferenças climáticas típicas de nosso país, em que regiões Norte e Centro-Oeste quase não vivenciam um inverno propriamente dito. Afinal, temperaturas mais baixas associadas com baixa umidade relativa do ar são consideradas um risco para o funcionamento adequado das vias aéreas e do aparelho respiratório.”


A presença de sintomas respiratórios também difere entre sexo: 39% dos homens e 46% das mulheres responderam ter tido a saúde afetada por este tipo de doença. “Essa prevalência maior entre mulheres adultas corresponde aos dados publicados em estudos já bem conhecidos pelos médicos. Em um grande estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo, realizado em nove países em desenvolvimento, estimou-se que 50-60% dos indivíduos que procuraram as UBS (Unidades Básicasde Saúde) eram mulheres. Portanto, é importante que a população feminina esteja atenta às alternativas de controle e tratamento de doenças respiratórias”.


Um dado que chamou atenção em relação aos pacientes que disseram ter “asma” é a alta percepção de controle versus o entendimento sobre as consequências da doença em sua vida. 91% percebem sua doença como “controlada”, enquanto 72% reconhecem consequências da ‘asma’ nas atividades de rotina simples, como trabalhar, por exemplo.“Esse levantamento nos alerta para a percepção equivocada que os pacientes parecem ter em relação aos sintomas respiratórios que não são valorizados e, consequentemente, podem não receber a avaliação médica adequada.


É muito interessante notar essa contradição: como é possível que a maioria dos pacientes perceba a doença como controlada e, ao mesmo tempo, reconheça o prejuízo nas atividades de rotina? Infelizmente, esse descuido em relação ao controle da asma não é novidade para nós médicos, pois existem estudos publicados que reforçam este cenário preocupante (estudo La Aim)”.


Por todas as considerações apresentadas pela pesquisa, cabe estar atento às doenças respiratórias e procurar um médico com o aparecimento de qualquer sintoma. No caso de pacientes asmáticos, a atenção ao controle dos sintomas é fundamental para que o tratamento seja o mais adequado e que se tenha melhor qualidade de vida.


Asma grave e os sintomas não-controlados


De acordo com a Iniciativa Global contra a Asma (GINA), os pacientes são sintomáticos se pelo menos uma vez nas últimas quatro semanas apresentarem: sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, qualquer despertar noturno, uso de medicamentos de resgate mais de duas vezes por semana ou se a asma estiver limitando as suas atividades cotidianas.


Os sintomas prolongados são indicadores de que a asma não está controlada e podem, assim, comprometer significativamente a vida diária dos pacientes, conforme mostrou a pesquisa.


Em relação a impactos socioeconômicos da asma grave no Brasil:


A asma é a quarta causa de internações segundo a SBPT


  • Os gastos com asma grave consomem quase 25% da renda familiar dos pacientes da classe menos favorecida (recomendação da OMS < 5% da renda).
  • Custo com internações no SUS: R$ 96 milhões.
  • O custo direto e indireto total dos pacientes com asma grave: R$181.652,94/ano, R$ 2.838,33/ano/paciente.


Fonte: divulgação | Portal da Enfermagem
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